A garota de 15 anos foi decapitada e o corpo ocultado. Duas irmãs, uma menor e outra de 18 anos, confessaram"A
participação da população foi fundamental". A declaração partiu de um
soldado do Ronda do Quarteirão logo após a Polícia esclarecer um crime
de morte que chocou os moradores da comunidade do Alto da Paz, uma
favela localizada no bairro Vicente Pinzón, na zona Leste de Fortaleza.
Uma adolescente de 15 anos, identificada como Yara de Oliveira
Gonçalves, foi morta a golpes de faca e tesoura, decapitada e o corpo
ocultado em uma cova rasa.
O
cadáver da adolescente estava decapitado e enterrado em um beco na Rua
Ismael Pordeus, na favela Alto da Paz, bairro Vicente Pinzón Fotos:
Naval SarmentoO assassinato aconteceu na madrugada de
segunda-feira e, horas depois, o cadáver de Yara foi encontrado
enterrado em um beco, na Rua Ismael Pordeus. Menos de uma hora após a
localização do corpo da garota, PMs do Ronda do Quarteirão e o
Disque-Denúncia receberam informações sobre a identidade dos autores do
homicídio. Logo, o caso foi esclarecido. Duas irmãs, uma adolescente de
14 anos; e a outra, Marina Nascimento Sales, 18, confessaram a execução
com riqueza de detalhes.
EnvolvidosAlém
das duas irmãs, um garoto, adolescente de 16 anos, também foi apreendido
e confessou sua participação no caso. Segundo a Polícia, existe ainda
um quarto envolvido que está foragido. Ele também é morador da
comunidade Alto da Paz.
Conforme a Polícia, a adolescente foi
arrastada pelos criminosos e executada no beco. Em seguida, degolada. O
passo seguinte dos suspeitos foi tratar de esconder o corpo.
A mãe
de Yara contou à Reportagem que a filha estava desaparecida desde o fim
de semana. Ao receber a informação de que o corpo da adolescente havia
sido encontrado, a mãe disse que não tinha ideia de quem teria feito
aquilo com a sua filha. Não imaginava que os assassinos eram os jovens
seus vizinhos.
Na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA),
para onde foram levados logo após a detenção, os suspeitos relataram com
frieza os passos do assassinato na ocupação.
Marina
Nascimento Sales, 18, foi presa após a descoberta do corpo da garota e
contou friamente como praticou o crime junto com a irmã menor e dois
garotos"Matei só por matar. Ela mereceu, era pirangueira",
contou friamente Marina Nascimento Sales. A irmã, adolescente, disse que
"apenas cortei o cabelo dela. Foi minha irmã quem matou e enterrou. Só
cortei o cabelo dela, só isso", repetiu. A menor acrescentou, ainda, que
o crime decorreu de uma dívida e drogas, mas não disse quanto Yara
devia.
Os dois adolescentes apreendidos foram encaminhados para a
DCA. Já Marina Nascimento Sales foi encaminhada ao plantão do 2º DP
(Aldeota) e autuada em flagrante por homicídio e ocultação de cadáver.
MotivaçãoA
Polícia, no entanto, prossegue nas investigações mesmo com a confissão
dos três jovens, já que a motivação do assassinato ainda não foi
totalmente esclarecida. A prisão do quarto implicado pode solucionar o
caso.
Moradores da Comunidade Alto da Paz estavam estarrecidos
com o ato de violência praticado ali. A mãe da garota disse que passava o
dia fora, trabalhando, e que Yara ficava em casa, mas sem ocupação
alguma, já que não estava mais estudando. Afirmou também que não tinha
conhecimento de que a filha era usuária de drogas ou que ela estivesse
sendo ameaçada por dever ao tráfico.