A garota, de 13 anos, foi apreendida no local do crime e alegou que a vítima tentou estuprá-la dentro da pousadaO
ex-presidiário Antônio Igor Brito dos Santos, 32, foi assassinado, com
dois tiros de revólver calibre 38, pela enteada dele, uma adolescente de
13 anos. O crime ocorreu, na manhã de ontem, em uma pousada localizada
na Rua Rufino de Alencar, no Centro, proximidades do Paço Municipal. A
garota disse que foi violentada pelo padrasto.
Peritos
recolheram a arma que seria da própria vítima, um revólver de calibre
38 com duas balas deflagradas. A menor disse que atirou duas vezes
fotos: J.L. RosaIgor dos Santos teve morte imediata. O
cabo Ludovino, do Ronda do Quarteirão, foi um dos primeiros policiais a
chegar ao local do crime. Lá, ele encontrou o ex-detento despido e sem
vida, caído sobre a cama, entretanto, com os pés no chão.
O
revólver também estava sobre a cama. A garota disse que o padrasto
chegou perguntando pela mãe dela. Como ela não estava, ele teria
apontado o revólver para a cabeça da adolescente e mandou que ela
tirasse a roupa. A garota se recusou e Igor dos Santos, já despido,
arrancou as vestes da menor.
AmeaçaA
menor contou que viu quando Igor colocou a arma debaixo do travesseiro.
Quando ele deitou sobre a adolescente, esta teria se aproveitado do
descuido do agressor, pegou o revólver e deu o primeiro tiro. O padrasto
se levantou e correu.
A adolescente disse aos policiais que atirou novamente e, em seguida, soltou a arma em cima da cama.
O
comandante do 5ºBPM, tenente-coronel Francisco Souto, esteve no local
do assassinato também conversou com a menor. Ao oficial, a garota disse
que o padrasto havia saído da Penitenciária de Pacatuba na última
sexta-feira. Mesmo preso, ele vivia fazendo ameaças à mãe dela, sempre
dizendo que a mataria caso esta não ficasse com ele.
O
corpo do ex-presidiário Antônio Igor dos Santos é retirado das
dependências da pousada, localizada na Rua Rufino de Alencar, próximo à
Catedral Metropolitana de Fortaleza. Ele havia saído da Penitenciária de
Pacatuba na semana passadaNo fim da madrugada de
ontem, ele chegou à pousada procurando pela mãe da menor, que não estava
no local. Foi então que ele investiu contra a adolescente e ocorreu a
tragédia familiar. A mãe da jovem trabalha como diarista no local.
O
tenente-coronel Francisco Souto acompanhou a menor até a Delegacia da
Criança e do Adolescente (DCA). O perito Ireudo Pereira, da
Coordenadoria de Criminalística da Perícia Forense do Ceará (Pefoce),
confirmou que Igor dos Santos levou dois tiros, na altura do ombro
direito.
VerdadeUm dos tiros transfixou o
corpo da vítima, visto que havia uma lesão na omoplata direita. O
perito criminal ressaltou, ainda, que, pelo menos, um dos tiros foi dado
quando a vítima estava de pé. Com relação à suposta violência sexual
alegada pela garota, Ireudo Pereira frisou que somente um exame pericial
(sexológico) mais detalhado pode dizer se a menor falou a verdade ou
não no momento em que a Polícia passou a interrogá-la.
O
comandante do 5ºBPM destacou que outras investigações precisam ser
feitas. Souto informou que Igor dos Santos respondia por quatro furtos e
um roubo, além de ser usuário de drogas. "A menina falou que ele chegou
à pousada muito agitado, mas não teve como dizer que ele estava
drogado", salientou o oficial ainda no local do fato. O militar disse,
também, que as informações dando conta, que a menor e mãe seriam
traficantes de drogas serão investigadas.
No fim da tarde de
ontem, a adolescente foi encaminhada à sede da Perícia Forense do
Estado, na Avenida Leste-Oeste, para ser submetida a vários exames
periciais, entre eles, o que pode comprovar se foi ou não vítima de
abuso sexual. A pedido da Polícia, os peritos deverão também realizar
exames complementares, entre eles o que permitirá dizer se a menor é
usuária de drogas e se atirou recentemente. A arma usada no crime também
foi apreendida e passará por perícia balística.
Dezenas de
curiosos estiveram no local do crime em busca de informações. Também
compareceu ao local do delito uma equipe da Divisão de Homicídios e
Proteção à Pessoa (DHPP), mas como o caso teve a autoria já desvendada,
deverá ser investigado pelo 34º DP (Centro).