Sócrates Oliveira, foi criado sem a presença do pai, pois
sua mãe havia se separado do mesmo, voltando do Maranhão para o Ceará, trazendo-o
com três meses de idade A mãe sem dispor
de nenhuma condição financeira para criar o filho e este diante da situação
imposta teve que trabalhar para garantir a sua sobrevivência. Desde criança
enfrentou as mais diferentes e penosas atividades como: encher carros de pedras
e madeira, fazer tijolos em olarias, pescar e as vezes ser agricultor. Enfrentou
e experimentou a droga e cometeu pequenos delitos, mas superou. Conforme
informações do Sócrates seu pai em suas andanças, teve 86 filhos, dos quais
conhece 20 que são na maioria formados mas ele estudou quando criança, porém
logo abandonou sem nada aprender, pois o método de palmatória utilizado na
época, desenvolveu nele repugnância aos professores e que foram fatores negativos
e determinantes para abandonar a escola.
Passaram-se os anos e aos 19 anos, e ainda analfabeto,
Sócrates conheceu o pai o senhor José de Alencar Brandão, que depois de uma
breve conversa entre ambos, fez promessas que iria estudar e nunca mais
pararia, enquanto Deus lhe desse saúde e vida.
Começava a partir dalí, uma árdua e incansável trajetória na
busca de uma formatura em Direito, área de grande admiração do seu pai. Seus
estudos teve início no Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL, quando
na época havia muita discriminação quanto ao projeto, pois a sigla era usada de
forma pejorativa e quando alguém queria chamar outro de analfabeto chamava
simplesmente de “MOBRAL”. Através de supletivos concluiu o ensino médio e
fundamental, na época 1º e 2º graus, sempre com dificuldades, trabalhando
durante o dia e estudando a noite e complementava seus estudos nas horas vagas
da madrugada em casa.
A partir de 2002 começou a colher os frutos do seu esforço,
quando foi aprovado nos concursos do IBGE, Polícia Militar, CBTU e também para
inspetor de Polícia Civil do Estado do Ceará profissão que exerce até hoje e
também logrou êxito em vestibulares.
A realização da promessa ao pai ele só conseguiu 30 anos
depois, com a olação de grau no cursos de Bacharel em Direito pela Universidade
Regional do Cariri, no dia 23 de abril de 2014. Infeliz mente José de Alencar
Brandão, seu pai, faleceu em 2006 em
Codó do Maranhão, aos 86 anos, deixando incompleta a tão sonhada comemoração.
O objetivo hoje desse guerreiro é ampliar seus conhecimentos
e levar seu exemplo de superação as pessoas que enfrentam as dificuldades da
exclusão social e por conseqüências não teve oportunidades de escolaridade para
uma melhor qualificação profissional e pessoas que sonham, mas lhes faltam
atitudes, que julgam ser tarde demais e para buscar melhores condições de vida.
Sócrates em conversa conosco concluiu dizendo “conseguir um
nível superior não é fácil, porém não é impossível, haja vista que todos os
anos uma grande quantidade de pessoas perseverantes se formam e deixar claro
que sempre é tempo para recomeçar. Acreditar em si mesmo é a palavra de ordem.
É preciso coragem para vencer, pois quando queremos arranjamos uma solução,
quando não, arranjamos uma desculpa”.
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