A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) anunciou, ontem, a elucidação do mistério que envolvia a morte de um policial militar. A vítima era o soldado PM Jônathas Gonçalves Hilgenberg, destacado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Dennys Leandro da Silva Granjeiro tinha mandado de prisão em aberto e foi detido pelo Ronda do Quarteirão com o carro de um comparsa FOTO: DIVULGAÇÃO
O crime ocorreu na noite de 27 de setembro na Rua Castro Alves, no bairro Joaquim Távora, nesta Capital. O PM teria reagido a uma tentativa de assalto praticada por, pelo menos, três homens e trocou tiros com eles. No entanto, foi baleado e morreu ao lado do seu automóvel. Conforme a Perícia Forense, o militar sofreu cerca de 10 tiros.
Na tarde de quinta-feira última, policiais do Ronda do Quarteirão fizeram uma perseguição a um carro suspeito, nas ruas dos bairros Montese, Jardim América e Benfica, e acabaram detento o suspeito. Tratava-se de um dos suspeitos de matar o policial há quase três meses.
Investigação
O homem preso foi identificado como Dennys Leandro da Silva Granjeiro, 19. Ao ser cercado pela patrulha RD-1014, na Rua Professor Costa Mendes, no Montese, Dennys ainda tentou ludibriar os policiais militares dando um nome errado, mas acabou sendo reconhecido. Ele dirigia um veículo que pertence a um suspeito comparsa, um ex-presidiário.
O acusado foi encaminhado à Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que vinha investigando sigilosamente a morte do PM.
Segundo o diretor da DHPP, o crime se caracterizou como um caso de latrocínio (roubo seguido de morte). Naquela noite, o policial militar saiu de casa em seu carro e seguiu até a residência de um amigo. Iria negociar a venda do automóvel.
Quando chegou na porta da casa do amigo, o militar foi surpreendido por três assaltantes que ocupavam duas motocicletas. Mesmo em desvantagem, o PM decidiu reagir e trocou tiros com os assaltantes.
Em meio ao confronto, ele recebeu vários tiros à curta distância e morreu no local. Próximo do corpo do PM a Polícia apreendeu uma pistola de calibre 380, que, supostamente, seria de um dos assaltantes. A arma do militar não foi encontrada.
Pelo menos, um dos assaltantes também ficou ferido durante o tiroteio na rua, mesmo assim, fugiu do local com a ajuda dos comparsas. Uma trilha de sangue foi descoberta pelos peritos na rua por onde os bandidos fugiram, em direção à Avenida Soriano Albuquerque.
Baleado
Segundo o delegado Luiz Dantas, Dennys Granjeiro foi o assaltante que acabou ficando ferido na troca de tiros com o soldado Hilgenberg.
"Ele sofreu um tiro em um dos dedos da mão direita, outro dedo da mão esquerda e o terceiro tiro foi no braço esquerdo. Fugiu com os outros envolvidos e se tratou dos ferimentos por onde esteve foragido", disse Dantas.
O próprio diretor da DHPP esteve no local do assassinato comandando as primeiras diligências. "Tratamos o caso como um latrocínio sim. A intenção deles era assaltar o policial, mas este reagiu", acrescentou Dantas, informando que, a pedido da DHPP, a Justiça havia decretado a prisão provisória do suspeito. Dennys permanece detido na carceragem da Divisão.
Outros
Outros dois envolvidos no crime já estão identificados pela Polícia Civil. No entanto, seus nomes não foram revelados.
Conforme as investigações, na noite do crime, os três bandidos circulavam pelas ruas dos bairros Joaquim Távora, Piedade, Benfica e Fátima em busca de praticar assaltos, além de furtos e arrombamento de veículos. Ao perceberem o soldado - que estava de folga e à paisana - parando seu carro importado na Rua Castro Alves, local de pouca iluminação, os bandidos decidiram agir, mas não esperavam a reação da vítima. Conforme o delegado Dantas, as buscas aos demais envolvidos no crime continuam.
Dupla capturada após atacar salão
Um adolescente de 16 anos foi apreendido e um adulto foi preso, no bairro Cidade dos Funcionários. Os dois estavam em fuga, pois tinha terminado de assaltar um salão de beleza localizado na Rua Marechal Lott. Um terceiro envolvido no crime, que estava dando apoio, fugiu em Siena.
O cerco da Polícia Militar foi intenso até que os dois suspeitos foram localizados. Um deles é adolescente. O comparsa tem apenas 18 anos FOTO: NATINHO RODRIGUES
Em poder de Ronaldo Gomes da Silva, 18; e o do menor, os policiais militares encontraram três celulares, um tablet e um revólver calibre 38. "Tudo indica que essa arma foi roubada de um vigilante", salientou o sargento Emilson, destacado na 2ª Companhia do 16ºBPM. Os bandidos renderam funcionários e clientes.
Fuga
Além do sargento Emilson, o cabo Alberto e o soldado Emerson prenderam a dupla. Durante a fuga, os bandidos invadiram uma casa que estava com o portão aberto e subiram no telhado. O cerco foi montado, mas os dois desceram e tentaram fugir novamente, mas não conseguiram. O adolescente contou que essa será a quinta apreensão dele em menos de um ano.
Ronaldo Gomes da Silva revelou que foi apreendido várias vezes, quando era adolescente, no entanto, depois que chegou à maioridade, não tinha sido preso. Ontem, porém, não teve como escapar diante do cerco policial montado após o crime.
Arma alugada
Sobre a arma utilizada no ataque ao salão de beleza, os acusados contaram que haviam comprado. Negaram ter tomado-a de assalto de um vigilante. Existe, porém, segundo a PM, a suspeita de que os suspeitos tenham alugado o revólver. "Como foram presos, o roubo não deu lucro, mas quem alugou a arma vai querer o dinheiro", lembrou o sargento Emilson.
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
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