Os delegados Luciana Vale e Nartan Andrade disseram ter elementos
suficientes e efetivos que comprovam a culpa dos PMs, na morte do
pedreiro
FOTO: KID JÚNIOR
De acordo com a delegada titular da DAI, Luciana Costa Vale, a investigação foi montada com base em provas testemunhais e nos registros do Sistema de Monitoramento do Ronda do Quarteirão (SMRD). O delegado-adjunto Nartan Andrade afirmou que todos os álibis apresentados pelos PMs foram derrubadas, no decorrer das apurações.
"Com base no SMRD, a viatura RD-1058 era a única na área de 200 metros, em que o fato aconteceu. Ela esteve na Rua Francisco Glicério, onde o pedreiro foi abordado, e ficou durante meia hora no matagal onde foi agredido", disse Andrade.
Ao todo, 30 pessoas foram ouvidas pela Polícia. As testemunhas que disseram ter ouvido os gritos de Ricardo, declararam em seus depoimentos que não denunciaram, por medo da PM.
A RD-1058 esteve novamente no matagal, algum tempo depois do espancamento. Desta vez, para atender a um chamado da Ciops que dava conta de um possível óbito no local. Os soldados foram até lá, e mesmo com sinais de que Ricardo estaria morto, o colocaram no xadrez da viatura e levaram ao hospital.
"Eles não tinham autorização nenhuma para fazer o socorro, o Samu deveria ter sido acionado. Ao retirar o homem de lá, alteraram consideravelmente a cena do crime", disse Nartan. Um laudo da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) atestou que o pedreiro foi morto por golpes de um instrumento contundente, que causaram ruptura de órgãos internos e politraumatismos.
Existem três hipóteses para a abordagem policial. Uma delas é que um parente próximo da vítima teria roubado uma moto e ele foi torturado para dizer onde o homem estaria. "Qualquer que fosse a motivação, se tornaria insignificante, diante do evento morte, principalmente se quem mata é um Policial", disse Luciana Costa Vale.
Os três suspeitos estão no Presídio Militar, por força de um mandado de prisão temporária. No processo administrativo, que corre separadamente, eles poderão ser punidos com a expulsão da corporação.
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
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