A maioria dos acidentes é causada por ausência de capacete,
embriaguez e excesso de velocidade. As vítimas são, geralmente, homens
entre 18 e 30 anos. De 2012 para 2013, esse tipo de ocorrência no IJF
subiu 37%
Desde a última sexta-feira (28) até a manhã de ontem, 312 pacientes vítimas de acidentes com motocicletas deram entrada no Instituto Dr. José Frota (IJF), no Centro, número que corresponde a 25% de todas as ocorrências registradas pelo hospital durante o Carnaval. De acordo com o chefe da equipe de cirurgia do IJF, dr. José Soares, o número é superior em relação ao igual período do ano passado.
De 2012 para 2013, os acidentes com motos, cujos pacientes foram atendidos pelo IJF, subiram em 37%. Segundo o Dr. Soares, a maioria desses acidentes é causada por imprudência dos motoqueiros. "É um tripé: ausência de capacete, embriaguez e excesso de velocidade", detalha. O perfil que predomina entre os acidentados, de acordo com cirurgião, são homens com idade entre 18 e 30 anos.
Como ficam muito expostas a pancadas, a maioria das vítimas tem politraumas, quando mais de uma região do corpo é afetada em decorrência do acidente. "Fraturas expostas nas pernas e braços, traumas abdominais e na cabeça são os mais comuns, e quando associados, aumentam o grau de risco do paciente", explica o médico. As complicações, aponta, fazem com que os pacientes permaneçam, em média, dois meses no hospital, se recuperando de cirurgias e tomando medicamentos.
"Fora do hospital, o tempo de recuperação pode se estender para seis meses, isso quando o paciente não fica incapacitado", acrescenta. O custo para manter os pacientes é alto: a diária na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), setor pelo qual passam a maioria dos acidentados, custa, em média, R$ 2 mil por paciente. Períodos como o Carnaval são responsáveis por aumentar ainda mais as despesas.
Choque
O feriado da empresária Francisca Teixeira, 45, foi um dos que teve desfecho inesperado. Na madrugada da quarta-feira, o retificador João Paulo da Silva, 29, genro da empresária, pilotava uma moto quando se chocou contra um veículo na Taíba, em São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana. Na colisão, o pé e parte da perna do motociclista sofreram fraturas expostas e ele teve de ser submetido à cirurgia. "Os médicos já avisaram que ele vai levar, pelo menos, dois meses para se recuperar", adianta Francisca.
Alguns casos de pacientes revelam como o uso das motos ainda é associado à ausência de regras e equipamentos de segurança. O agricultor Antônio Holanda de Sousa, 41, acompanhava o filho Antônio Henrique de Sousa, 18, que havia sofrido um acidente na terça, quando voltava de Pacajus para Barreira, a 72 km da Capital, após sair do trabalho. "Ele não tinha habilitação e, pelo estado que o rosto dele ficou, acho que também estava sem capacete", reconhece o pai. Apesar de ter apenas 18 anos, Henrique pilota motos há quatro e faz, semanalmente, o trajeto do trabalho para casa na moto.
Jéssica Colaço
Repórter
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