sábado, 8 de março de 2014

Dia Internacional da Mulher: Mulheres dedicaram 30 anos de suas vidas à Polícia do Ceará

Lindalva Lima, titular do 3ºDP, não perde a alegria e disposição. Sempre de bom humor, ela diz que faz o que ama, por isto as coisa dão certo
Ana Lúcia Almeida, titular da Delegacia do Eusébio, não deixa sua feminilidade e vaidade. Para ela, a profissão não pode tomar este espaço
As policiais dizem ser duras quando é preciso, mas não esquecem a feminilidade e a vaidade na maior parte do tempo 
Lindalva Lima Elas não se intimidam diante de pessoas consideradas perigosas. Abordam, caçam, prendem. Em muitos momentos, precisam deixar de lado a emoção peculiar das mulheres ao se depararem com mães que acabaram de perder seus filhos, com crianças órfãs da violência, de um mundo em que a verdade se apresenta nua e crua, sem direito a achar os fatos duros demais. Elas são as 660 mulheres que atuam na Polícia Civil do Ceará, como escrivãs, inspetoras e delegadas.
Ana Lúcia Almeida Todos os dias estão nas ruas combatendo o crime de forma aguerrida e responsável. A dureza que a função exige, no entanto não compromete a feminilidade das agentes. Sempre bem arrumadas, de unhas esmaltadas, cabelos arrumados e usando acessórios, mesmo que discretos, as policiais dão um tom mais delicado ao ambiente austero de uma delegacia.
Ainda que enfrentem dificuldades e até preconceito, as entrevistadas dizem não se importar com isso e são unânimes em afirmar o quanto gostam do que fazem e que já não saberiam atuar em outra carreira que não as fizesse sentir a adrenalina das ocorrências policiais.
Dedicação
A delegada do titular do 3ºDP (Otávio Bonfim), Lindalva Lima, está na Polícia Civil desde1984. Já foi agente investigadora, comissária e hoje é delegada. Ela conta com orgulho de como gostava das botas de cano alto e do rabo-de-cavalo que usava no começo da carreira, quando não dispensava o estilo 'Kate Morrone'. Os anos se passaram e o estilo se transformou, mas a disposição de Lindalva enfeita sua delegacia até hoje.
"Eu amo meu trabalho. Desde o início desempenho as funções que me foram dadas com o mesmo zelo. Ei saí do útero da minha mãe querendo ser Polícia. É o chamado 'tá no sangue'".
A delegada também já esteve à frente do 12ºDP (Conjunto Ceará) e do 17ºDP (Vila Velha). Ela se diz orgulhosa por ter chegado ao topo da carreira da Polícia Civil e satisfeita com o que construiu até agora.
"Não quero poetizar e dizer que tudo são flores, mas eu amo isso aqui. Como em toda carreira, temos altos e baixos, dias bons e ruins, mas, para mim, tem muito mais coisas boas e é por isto que me sinto realizada".
"Corre nas veias"
A delegada Ana Lúcia Almeida, atualmente titular da Delegacia Metropolitana do Eusébio (DME), não teria como fugir da sina de ser policial. Segundo ela, a vocação "corre nas veias". É que Ana Lúcia é filha do inspetor Antônio Almeida, irmã do delegado Romério Moreira Almeida e da inspetora Luciana Moreira.
"Nasci Polícia. É uma profissão que abracei e que amo. Se hoje pudesse escolher eu seria novamente delegada". Desde 1984 na polícia, a delegada já chefiou investigações importantes e obteve êxito em muitas delas. Exemplo disto foi a desarticulação da 'Quadrilha do Salsicha', que praticava roubos, homicídios e tráfico de drogas nas cidades do Eusébio e de Aquiraz.
"A quadrilha foi criando braços, que também foram sendo desarticulados. Hoje somente um deles ainda está agindo, chefiado pelo 'Roberto Oião', mas já conseguimos 15 mandados de prisão para ele, baseados em nossas investigações".
Empolgada com cada um dos casos que chega a sua mesa, Ana Lúcia disse que dedica grande parte de sua vida ao trabalho e que já chegou a ser cobrada pelas filhas, por dispor de pouco tempo para elas. "Eu sei que fui ausente na infância da minha filha mais nova. Passava muito tempo na delegacia e ela pedia que eu fosse mais presente. Com o passar do tempo, foi entendendo que meu trabalho é assim".
Ela fala emocionada das filhas, Luana Cibele Almeida e Lilian Maria Almeida e de como sua profissão não modificou sua capacidade de ser afetuosa. "Elas são meus grandes amores. A Luana já meu deu netos, o Caio e o Cauã, que são igualmente especiais. Agora que cresceram, minhas meninas não têm mais ciúmes da Polícia, elas sabem que são paixões diferentes".
Desde pequena
Há 30 anos integrando os quadros da Polícia Civil do Ceará, a delegada Marta dos Reis conta que desde criança tinha atitudes que são necessárias a sua profissão. "Quando eu cresci apenas me identifiquei, mas sou delegada desde pequena", brinca.
Depois de passar pela Dececa, Delegacia de Defraudações, Corregedoria da Polícia, 17ºDP (Vila Velha), Guaramiranga, Cumbuco e ter sido diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM) e de Polícia Especializada (DPE), ela diz que sempre vai trabalhar como se fosse o primeiro dia. "É como se tivesse entrado ontem. Foi uma escolha muito válida, da qual não me arrependo nem por um instante. Não me vejo fazendo outra coisa que não sendo policial".

Nenhum comentário:

Postar um comentário