quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Caso Fábio: Família contesta versão de suicídio e afirma que paciente foi vítima de acidente


Foto: J.Guedes
Ely Araújo, sobrinho da vítima falou em nome da família e contou outra versão dos fatos

A família do ex-agente de trânsito Francisco Fábio da Silva Araújo, 49 morto numa ocorrência registrada na sexta, 16/08 na chegada ao município de Solonópole está contestando a versão divulgada na imprensa de que o homem teria praticado suicídio. Na segunda, 19/08, o sobrinho de Fábio, Ely Araújo, procurou a produção da Rádio Mais FM, para esclarecer os fatos. Segundo ele, Fábio foi vítima de um acidente de trânsito. “Ele jamais tiraria a própria vida, ele foi vítima de um acidente, ele não se jogou da ambulância como disseram”, afirmou Ely.
Conforme a família, Fábio estava viajando em uma ambulância da secretaria de Saúde de Iguatu, para Fortaleza, onde iria iniciar novo tratamento visando melhorar de um quadro profundo de depressão a que estava acometido. Quando chegou ao município de Solonópole, já na entrada da cidade, segundo o relato de testemunhas que viram o acidente, ele colocou a cabeça para fora da ambulância, em dado momento levantou da cama e quando forçou a porta do veículo, a porta abriu ele caiu e bateu a cabeça tendo morte no local. A família suspeita que o óbito tenha sido causado por ‘Traumatismo Craniano’ ou afundamento da base do crânio, mas isto só será possível afirmar quando sair o laudo do IML. Ely Araújo disse que foi duas vezes ao local do acidente para ouvir as testemunhas e todos foram unânimes em afirmar que o homem não se jogou do veículo. “Ele estava esquizofrênico, com o medo de que alguém quisesse matá-lo, tudo efeito da doença; o que ele fez foi tentar fugir”. Ely Araújo informou que o acidente aconteceu às 13h30 e não às 16h30 como foi noticiado. Ele esclareceu também que o paciente viajava acompanhado de uma pessoa da sua confiança, e não apenas na companhia do motorista como a imprensa noticiou. 
Ely Araújo acusa a Prefeitura de negligência. Ele afirmou que houve uma sequência de erros que culminaram com a morte de Fábio. Conforme esclareceu o rapaz, Francisco Fábio deveria ter sido medicado no momento da saída, o que não aconteceu. Além da medicação, na visão de Ely Araújo, o paciente também deveria ter viajado com os braços e as pernas imobilizados, como forma de segurança, para evitar qualquer tentativa de levantar. Ely afirmou ainda que a porta da ambulância deveria ter sido travada por fora, mas que segundo ele, também não aconteceu, uma vez que ao levantar da cama e forçar a porta o paciente acabou se desequilibrando, caindo e batendo a cabeça contra o calçamento provocando várias lesões fatais. O sobrinho da vítima questionou também por que o Hospital Regional de Iguatu, que fez o encaminhamento do paciente não disponibilizou um profissional habilitado para acompanhá-lo, já que o quadro psicótico dele exigia isso. 
O sobrinho de Fábio também contestou a versão de que ele estaria isolado da família. Segundo Ely, nas últimas duas semanas houve agravamento do quadro de saúde de seu tio, por causa da depressão, mas que em nenhum momento ele deixou de viver socialmente e de interagir com as pessoas. Conforme Ely, a família estava buscando ajuda, o paciente estava sendo medicado e a medicação sendo administrada corretamente. Ele disse que o paciente levada uma vida social normal, nunca apresentou nenhum quadro de agressividade, era amigo de todos, tinha uma boa relação com todas as pessoas do seu convívio, e nunca havia feito qualquer menção de tirar a própria vida.
Ely explicou que Fábio havia deixado o emprego na autarquia municipal de trânsito, de livre e espontânea vontade, porque havia decidido ajudar a cuidar dos pais que são idosos e dependem de acompanhamento. “Ele nos comunicou de sua decisão em deixar o emprego para cuidar dos pais e todos nós acatamos”, afirmou. 
O rapaz afirmou que a família não admite em hipótese nenhuma que alguém tente macular a imagem de seu tio afirmando coisas que não aconteceram. “Queremos esclarecer isto, como aconteceu, para que a verdade seja dita e fique a imagem de uma pessoa maravilhosa que gostava e se relacionava bem com todo mundo, e todo mundo gostava dele”, disse.

Versão do município

A reportagem procurou a Secretaria de Saúde de Iguatu, para responder as citações feitas pela família da vítima. Mayara Campos, assistente social do CAPS, coordenadora de Saúde Metal da SESA conversou com a reportagem por telefone, mas não quis se pronunciar especificamente sobre as acusações de negligência, conforme afirmou o sobrinho da vítima, Ely Araújo. Ele informou que vai se inteirar do caso, ouvindo o Hospital Regional, inclusive a equipe que cuidou dos procedimentos da transferência do paciente, para saber o que de fato aconteceu. Mayra afirmou que somente após levantar dados e ouvir as pessoas envolvidas é que irá se pronunciar.

 Fonte: Mais FM

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