O prefeito de Quixadá, no Sertão Central (158Km de Fortaleza), João Hudson Bezerra; e o secretário de Finanças daquele Município, Francisco Nicolau, foram presos, em flagrante, na manhã de ontem, em suas respectivas residências, durante uma operação desencadeada pelo Ministério Público e a Polícia Civil.
Depois de autuado em flagrante e pagar fiança de R$ 5 mil, o prefeito João Hudson (de camisa azul) deixou a delegacia e seguiu a pé até a Prefeitura FOTO: DIVULGAÇÃO
O objetivo da ação policial foi dar cumprimento a 29 mandados de busca e apreensão. O MP investiga em Quixadá o desvio de verbas públicas no valor estimado de R$ 15,6 milhões através fraudes em processos de licitação. Vinte e três gestores acabaram sendo afastados do cargo por ordem da Justiça.
Mas, a razão da prisão de Hudson e Nicolau não foi por conta da fraude, mas pela descoberta de armas de fogo em suas casas. Ambos foram levados para a Delegacia Regional de Polícia Civil de Quixadá, autuados em flagrante, e libertados após o pagamento de fiança. O prefeito pagou R$ 5 mil por ter sido encontrada em sua casa um revólver de calibre 32.
Já o secretário de Finanças, que foi afastado do cargo, guardava em sua residência um rifle de calibre 44, de uso restrito. Por conta disso, ele teve que pagar uma fiança maior que a do prefeito. Desembolsou R$ 15 mil para ganhar a liberdade. O flagrante contra ambos foi lavrado pelo delegado regional de Quixadá, George Monteiro, com base no Estatuto do Desarmamento.
Afastados
Embora não tenha sido atingido pela ´Operação Miragem´, como Ministério Público denominou a ação o prefeito teve todos os seus auxiliares afastados dos respectivos cargos de secretários de Finanças, Educação, Saúde, Administração, Turismo, Chefia da Comissão de Licitação e Procuradoria Geral do Município.
Também foi afastada do cargo a primeira-dama de Quixadá, Jovenina Bezerra, que acumulava também o cargo de secretária municipal de Desenvolvimento Social. Os secretários e seus auxiliares são investigados pelo promotor de Justiça, Carlos André Clark, diante dos indícios de envolvimento no desvio de verbas através de licitações fraudadas.
Cerca de 30 policiais civis, de várias delegacias de Fortaleza e do Sertão Central participaram da operação para o cumprimento das ordens judiciais de busca e apreensão. Na casa do prefeito foram apreendidos vários documentos, além de computadores. O mesmo aconteceu nas residências dos demais gestores afastados do cargo. Todo o material foi levado para o Fórum de Quixadá onde será analisado pelo MP.
Logo após a operação, o promotor Carlos André Clark e o delegado George Monteiro concederam uma entrevista coletiva à Imprensa local para falar do caso. Segundo Clark, os indícios apontam para a fraude milionária, cujas provas, segundo ele, deverão ser obtidas na análise do material apreendido.
Na rua
Logo após prestar depoimento e pagar a fiança, o prefeito deixou a delegacia e fez questão de seguir a pé até a Prefeitura.
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