São alvo da operação servidores da previdência, alguns advogados, intermediários e representantes de sindicatos rurais.
A Polícia Federal começou, nesta quarta-feira (20), a cumprir 28 mandatos judiciais de busca e apreensão nas residências e locais de trabalho de servidores da Previdência Social. Também são alvo da operação alguns advogados, intermediários e representantes de sindicatos rurais.
As investigações tiveram início em agosto de 2007 e partiram de uma denúncia feita à Previdência Social, segundo a qual, servidores da Agência em Caucaia estariam envolvidos na concessão de benefícios indevidos.
Entenda a fraude
prevA Polícia Federal constatou que, para fraudar a Previdência, o grupo utilizava documentos falsos. Eram alteradas as datas de nascimento, filiação e até endereços. Em alguns casos, mesmo constando os endereços residenciais dos requerentes nos processos, era atribuído a eles o endereço da própria agência da previdência, de forma que as pessoas não eram comunicadas a cerca dos valores destinados a elas.
Além disso, a polícia constatou a existência de benefícios concedidos apenas de forma virtual, cujos processos concessórios não foram localizados.
As investigações revelaram, ainda, a atuação de um esquema voltado para a obtenção fraudulenta de salário maternidade. Outra fraude identificada foi a concessão de aposentadoria por idade e pensão por morte, inclusive por via judicial. Além disso, há casos em que era cobrada propina por meio da utilização de empréstimos consignados.
Esquema tinha participação de advogados
A participação de escritórios de advocacia também foi percebida durante as investigações. Alguns advogados pagavam a servidores das Agências da Previdência Social para obterem os dados dos pretendentes a benefícios negados pelo INSS.
Os investigados responderão pelos crimes de corrupção ativa e passiva, violação do sigilo funcional, estelionato, inserção de dados falsos em sistemas de informações da Previdência Social e falso testemunho.