quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013


Balanço parcial aponta 56 mortes de causas violentas durante o Carnaval


A maioria dos óbitos, 46, decorreu de homicídios e lesões corporais seguidas de morte. No trânsito, foram 10 casos

No Bom Jardim, um homem foi morto, a tiro, na tarde de ontem. Os assassinos fugiram FOTO: J.L. ROSA

Cinquenta e seis mortes violentas foram registradas pelas autoridades durante o Carnaval em todo o Estado, no período entre as 18 horas de sexta-feira (8) e o começo da noite de ontem (12).

O número foi colhido pela Reportagem do Diário do Nordeste confrontando as estatísticas de diversos órgãos responsáveis pela Segurança Pública do Estado, entre elas, as polícias rodoviárias Estadual (PRE) e Federal (PRF), a Perícia Forense do Estado (Pefoce), a Coordenadoria de Integrada de Operações de Segurança (Ciops) e os comandos do Policiamento do Interior (CPIs Sul e Norte), além dos hospitais de emergência de Fortaleza.

No entanto, os dados são parciais e não oficiais, já que, somente na manhã desta quarta-feira de Cinzas termina, oficialmente, a ´Operação Carnaval 2013´ montada pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS).

Crimes
O maior número de mortes decorrentes de violência (46 óbitos) foi o de pessoas vítimas de homicídios e lesão corporal seguida de morte na Capital, Interior do Estado e na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Conforme os dados da Ciops, da noite de sexta-feira até a tarde de ontem, foram registrados na Grande Fortaleza 29 homicídios. Já no Interior, foram 17 casos. Os acidentes de trânsito mataram dez pessoas.

Um dos assassinatos ocorreu na tarde de ontem, por volta das 14 horas, quando um homem, identificado por Antônio da Silva Pereira, 34, desempregado, foi morto, com quatro tiros, na Rua dos Franciscanos, na Comunidade Marrocos, no Bom Jardim. Segundo a Polícia, Antônio já tinha histórico criminal, pois respondeu por crimes de roubo e porte ilegal de arma.

Registros
Conforme a Ciops, na sexta-feira (8), após as 18 horas, não ocorreu nenhum crime de morte na RMF. No sábado (9), porém, foram sete assassinatos nos bairros Granja Lisboa, Barra do Ceará, Vila União, Bonsucesso, Alto Alegre I (Maracanaú) e Conjunto Jereissati II (Pacatuba).

No domingo (10), a Polícia Militar atendeu a mais sete casos de homicídios na RMF, nos bairros Pedras (Messejana), Maraponga, Picuí (Caucaia), Várzea do Meio (Caucaia), Parque São José, Novo Iguape (Aquiraz) e na Vila União.

Já na segunda-feira (11), foram quatro homicídios, nos seguintes locais, em Pedras (Messejana), Bonsucesso, Vila Velha e no Bom Jardim.

Presos tentam escapar da delegacia durante o feriadão
Várias patrulhas do Batalhão de Polícia de Choque foram enviadas à sede da Delegacia de Capturas e Polinter (Decap) para impedir a fuga. Os presos haviam usado uma barra de ferro para fazer escavações nas paredes da unidade FOTO: CID BARBOSA
Na noite de domingo, policiais militares, do Comando Tático Motorizado (Cotam), do Batalhão de Choque, foram acionados para conter uma tentativa de fuga da Delegacia de Capturas e Polinter, Centro. Os presos que estavam na cela 6 quebraram a parede e tentaram fugir através da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), vizinha da Decap.

A movimentação dos presos foi notada pelo inspetor Eduardo Satô, que estava de plantão da DRF. "Achei estranho aquelas pancadas e, logo, percebi que eram os presos da ´Capturas´ tentando fugir". Antes de ir à Decap, para alertar os colegas, Satô telefonou para a Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) e solicitou reforço do Cotam. O titular da Decap, delegado Tarcísio Coelho, determinou que a cela 6 fosse esvaziada para que os policiais militares fizessem uma revista.

As buscas resultaram na apreensão da barra de ferro usada para furar a parede. Para não levantar suspeitas, os presos envolveram a "ferramenta" com panos, mas a fuga terminou frustrada e os ocupantes colocados em outras celas.

Reforço
O diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), delegado Jairo Façanha Pequeno, determinou o imediato reparo dos danos e reforçou a segurança na Decap enviando mais policiais para aquela Especializada.

Além da presença de mais policiais civis, quatro patrulhas do Cotam permaneceram no entorno da Decap, pois havia o temor de que os demais detentos se rebelassem.

Anunciada
Desde o começo do ano, o diretor do DPE denuncia a grave situação da superlotação nas delegacias da Capital e região metropolitana e previu que o problema se tornaria mais crítico durante o Carnaval.

As últimas vagas oferecidas pela Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) foram consideradas insuficientes por Jairo Pequeno, visto que as delegacias continuam superlotadas, provocando intranquilidade nas DPs.

Detentos fogem do 9º Distrito
A delegacia estava com 25 presos nos três xadrezes. Nove deles serraram as grades e foram embora. Os demais reclamaram da superlotação FOTO: J.L. ROSA
Seis presos escaparam, na madrugada ontem, do 9º Distrito Policial (Dunas). A fuga, porém, só foi percebida por volta de 5 horas, quando o inspetor Francisco Luciano Pinheiro, que estava na permanência da delegacia, desconfiou do silêncio e foi verificar o que estava ocorrendo.

Ele constatou que foram serradas as grades de dois xadrezes e do corredor. Do primeiro xadrez, fugiram Stefesson Lima Moura Souza e Ernandes da Costa Duarte Júnior.

Nomes
Do xadrez de número três, escaparam Josafá Santos Costa, Francisco Alex Oliveira Rodrigues, Wagner Gomes Gonçalves e Ronaldo Pereira Lima. Todos eles têm envolvimento com roubo, segundo a Polícia. Outros 16 presos, que preferiram não fugir, passaram toda a manhã de ontem amontoados no xadrez de número dois, enquanto eram colocadas novas grades. Policiais militares, lotados no Cotam e Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur) realizaram buscas na Praia do Futuro, no entanto, nenhum dos fugitivos foi encontrado naquela área da orla.

O comandante do BPTur, tenente-coronel PM Cláudio Mendonça, determinou que fossem intensificadas as abordagens naquele ponto da orla marítima, principalmente porque a Praia do Futuro estava superlotada de fortalezenses e turistas, tornando-se atrativo para os marginais.

O 9º Distrito Policial, a exemplo de outras delegacias que não são plantonistas, fica somente com um policial entre 18 horas e 8 horas do dia seguinte. Aos sábados, domingos e feriados o plantão é de 24 horas, deixando os policiais civis bastante apreensivos com a possibilidade de motins e fugas em massa.

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