O Ceará é o quarto estado do País que mais apresentou assassinatos em assaltos envolvendo bancos em 2012. Foram registradas 5 mortes desta natureza no ano passado, conforme o levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
A Secretária de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE) foi procurada pela equipe de reportagem, mas não quis se pronunciar sobre o assunto.
A Secretária de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE) foi procurada pela equipe de reportagem, mas não quis se pronunciar sobre o assunto.
Principal ocorrência foi o crime de "saidinha de banco", que provocou 30 mortes no País. Foto: Kiko Silva
A pesquisa destaca que o Estado fica atrás apenas de São Paulo com 15 mortes, Bahia com 8 e Rio de Janeiro com 7 assassinatos. Em 2011, uma pessoa morreu em assalto envolvendo ações em banco no Ceará, o que mostra uma variação de 400% em um ano.
O estudo divulgado nesta quinta-feira (10) mostra que 57 pessoas foram assassinadas em 2012 no Brasil em ocorrências envolvendo bancos, uma média de quase 5 vítimas por mês. O número revela um aumento 16,3% em comparação a 2011, quando foram registradas 49 mortes no país.
O levantamento foi realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com base em notícias da imprensa e apoio técnico do Dieese.
"Saidinha de banco" é a principal ocorrência
Em todo o Brasil, a principal ocorrência foi o crime de "saidinha de banco", que provocou 30 mortes, representando 53% dos casos. Em segundo lugar, aparece pela primeira vez, as mortes em assaltos a correspondentes bancários, com 9 mortes (16%). Na terceira posição estão os assassinatos em assaltos a agências, com 8 vítimas (14%).
Apenas proibir o uso do celular nos bancos é uma medida ineficaz, pois não impede a visualização de operações, para o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. "Esse crime começa dentro dos bancos e, para combatê-lo, é preciso evitar a ação dos olheiros na hora do saque de clientes nos bancos, através de medidas como a instalação de biombos entre a fila de espera e os caixas, e de divisórias individualizadas entre os caixas, inclusive os eletrônicos".
Outra medida eficaz é a instalação de portas de segurança com detectores de metais antes do autoatendimento, câmeras internas e externas de monitoramento em tempo real nos espaços de circulação de clientes, e vidros blindados nas fachadas.
Clientes foram as maiores vítimas dos crimes em banco
A maioria das vítimas no Brasil em 2012 foram clientes (33) que representaram 58%, seguido de vigilantes (9), policiais (6) e 2 bancários também foram mortos.Na comparação entre 2011 e 2012, o número de mortes subiu de 30 para 33, um crescimento de 10%. A pesquisa aponta que a maioria são homens com 53 vítimas (53), o que representa 93% dos casos.
A pesquisa revela que o maior número de mortes acontece com a faixa etária de 41 a 50 anos, com 11 ocorrências (19%), seguida das faixas de 31 a 40 anos, com 9 casos (16%) e de até 30 anos, igualmente com 9 assassinatos (16%). A faixa com mais de 60 anos registra 6 vítimas fatais (11%).
Investimentos dos bancos é insuficiente, para Confederação
Com base em balanços publicados de janeiro a setembro de 2012, os cinco maiores bancos (Itaú, BB, Bradesco, Caixa e Santander) lucraram R$ 35,8 bilhões e tiveram despesas com segurança e vigilância de R$ 2,2 bilhões, conforme estudo feito pelo Dieese. Comparando os números, os bancos gastaram 6,03% dos lucros em segurança e vigilância.
"Esses dados dos balanços comprovam mais uma vez o que constatamos há muito tempo: os bancos não priorizam a vida das pessoas, pois gastam muito pouco com segurança em comparação com os seus lucros astronômicos", avalia presidente da CNTV, José Boaventura Santos.
"Esses dados dos balanços comprovam mais uma vez o que constatamos há muito tempo: os bancos não priorizam a vida das pessoas, pois gastam muito pouco com segurança em comparação com os seus lucros astronômicos", avalia presidente da CNTV, José Boaventura Santos.
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